Abri o tempo lançando um peão vestido de prata
para o silêncio da resposta.
Atirei o alazão para a cela branca do infinito
aonde o galope se desdobra.
Saiu um bispo até ao lado esquerdo do mundo,
com a alma cheia de segredos.
Surge a dama tão poderosa como bela,
tão ameaçadora como indefinida.
O mundo estava mais que redondo
quando simultaneamente o rei e a torre mudaram de rumo.
Chegou o tempo de arremessar outro peão,
como solução indeterminada para outros silêncios.
É assim um campo de batalha requintado no abismo
do xadrez invisível e dos prodígios do pensamento.
Teixeira, José Manuel;
"Rios do Interior";
2005
2 comentários:
Parabéns ao Prof. José teixeira, por este poema que tão bem expressa o movimento das peças no jogo de xadrez.
Queremos mais.
Um abraço para o Prof. Teixeira: um xadrezista e um poeta!
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