quinta-feira, 1 de maio de 2008

Xadrez - Poema

Abri o tempo lançando um peão vestido de prata
para o silêncio da resposta.

Atirei o alazão para a cela branca do infinito
aonde o galope se desdobra.

Saiu um bispo até ao lado esquerdo do mundo,
com a alma cheia de segredos.

Surge a dama tão poderosa como bela,
tão ameaçadora como indefinida.

O mundo estava mais que redondo
quando simultaneamente o rei e a torre mudaram de rumo.

Chegou o tempo de arremessar outro peão,
como solução indeterminada para outros silêncios.

É assim um campo de batalha requintado no abismo
do xadrez invisível e dos prodígios do pensamento.


Teixeira, José Manuel;
"Rios do Interior";
2005

2 comentários:

Joaquim Machado disse...

Parabéns ao Prof. José teixeira, por este poema que tão bem expressa o movimento das peças no jogo de xadrez.
Queremos mais.

Miquinhas disse...

Um abraço para o Prof. Teixeira: um xadrezista e um poeta!