Retiramos da pagina da FPX (http://www.fpx.pt/web/comunicacao/entrevistas-com/240-entrevista-com-paulo-pinho) uma entrevista concedida pelo MN Paulo Pinho e que a seguir transcrevemos
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Entrevista com Paulo Pinho
O nosso Mestre Nacional Paulo Pinho aceitou responder a uma entrevista rápida sobre a sua envolvência no xadrez. O Paulo atingiu recentemente uma norma MI no conhecido torneio de Gibraltar e tem vindo a evoluir cada vez na modalidade, principalmente nos últimos meses. Joga no clube Grupo Desportivo e Recreativo Amigos de Urgezes e apresenta um elo de 2222.
1. Como começou a jogar xadrez? Como se iniciou na modalidade federada?
Aprendi a jogar com 12 anos, mas só aos dezasseis comecei a jogar xadrez federado no clube em frente à minha casa - CECSSAC (Centro Cultural e Social de Santo António dos Cavaleiros). Nesse clube jogava um vizinho meu, o Ricardo Kaku, que pelos bons resultados conseguidos nos escalões jovens, foi convidado a participar na rubrica de xadrez do "Trofeu", programa de desporto da RTP2 dos anos 80 que durante as tardes de Domingo nos trazia as principais notícias de várias modalidades profissionais e amadoras. A rubrica de xadrez era apresentada pelo Mestre João Cordovil, e foi um facto inédito em televisão!
Nessa altura arrancava também o plano de desenvolvimento do xadrez no concelho de Loures dirigido pelo Mestre Internacional Luís Santos, chamado "Vamos todos jogar Xadrez", e que trouxe à modalidade grande actividade e vários jovens de talento.
2. O que pensa da realidade do xadrez hoje em dia?
Não obstante o tempo de austeridade que vivemos, penso que o xadrez, pelas características particulares do jogo, tem condições previlegiadas para o seu desenvolvimento através das novas tecnologias.
Hoje é possivel jogar online, bem como acompanhar e assistir online aos principais eventos da modalidade. Também no estudo e na formação, as novas tecnologias têm trazido excelentes ferramentas, que permitem aos jogadores uma evolução rápida e constante. Bases de dados, engines, videos, livros (em formato digital) são algum do software que permite fazer um estudo sistemático das várias fases do jogo, que certamente tem contribuído para que o xadrez seja cada vez mais jogado em idades precoces, atingindo um nível de topo com idades inferiores a 30 anos (Como se pode observar nas últimas listas de elo da FIDE - Top 100 Players).
Cabe à comunidade xadrezística, federações, organizadores saber aproveitar este enorme potencial para passar uma imagem de seriedade, credibilidade e profissionalismo, qualidades decisivas para atrair investimento.
No entanto, não sou particular adepto das directrizes seguidas pela FIDE no que diz respeito à massificação do xadrez. Penso que é irrealista, pensar que o xadrez poderá ser uma modalidade de massas, pela simples razão de que o xadrez não é um produto de consumo fácil, é arte! Gostar de xadrez implica perceber o jogo, e tal como na pintura, na literatura, ou na música, o prazer que se retira duma obra de arte não é gratuito, é preciso ser trabalhado e saboreado.
Neste sentido, tenho dúvidas que diminuir o ritmo de jogo das partidas clássicas, ou torná-las semi-rápidas, como forma de oferecer uma componente de entretenimento, espetacularidade e emoção a quem assiste a uma partida de xadrez, seja o caminho certo para a modalidade.
Para se jogar uma boa partida de xadrez é preciso ter tempo!
3. Qual foi o torneio que mais gostou de participar? Qual foi o melhor resultado que conseguiu na sua carreira xadrezística?
É dificil eleger o melhor, mas joguei vários torneios que gostei de participar, donde destaco:
XIV Open Internacional "Virgem Peregrina" (Pontevedra) 1993, Torneio Internacional de Curitiba (Brasil) 1993, III Open Internacional ACEIMAR (Mondariz) 1996, VII Torneio Internacional da Figueira da Foz 2010, XXVII Open Internacional de Cappelle La Grande (França) 2011, I Open Internacional de Ravenna (Itália) 2011, Tradewise Gibraltar Chess Festival 2013.
O melhor resultado que consegui foi sem dúvida a norma de MI no torneio de Gibraltar deste ano 2013. Destaco também o 3º lugar no XIV Open Internacional "Virgem Peregrina" (Pontevedra) 1993.
4. Quais são os seus hobbys para além do xadrez?
Gosto muito de jogar Pool e Ténis de mesa, modalidades que já pratiquei como federado. Neste momento, o meu pouco tempo livre é dedicado ao xadrez e à família.
5.Parabéns pela recente norma de MI. Quais são os seus planos a médio/longo prazo no xadrez?
Os meus objectivos a médio/longo prazo são conquistar os títulos de FM e IM. Gostaria de chegar um dia a ser GM, mas tenho 41 anos e já não vou para novo...
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2 comentários:
Como já tive oportunidade de referir na página do FB da FPX o Paulo tem talento e vontade para superar este desiderato. Pelo que vi em Gibraltar isso será uma questão de tempo.
É assim mesmo Pinho: é preciso ter objectivos e ir à luta!
Um grande abraço.
Vítor Costa
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