terça-feira, 26 de maio de 2009

Campeonato Nacional da 3ª Divisão

6ª Ronda - GDR Os Amigos de Urgezes 3 x 1 Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio III

Arre burro, que amanhã é sexta!!! Foi assim que eu comemorei (interiormente) o mate que nos deu o 3º ponto, com o qual derrotámos no sábado a equipa dos Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio. Na altura pensei eu que esta vitória nos garantiria a permanência na 3ª divisão. Não foi bem assim, mas soube-nos pela vida na mesma. Mas vamos aos jogos e falo sobre isso depois.

O nosso capitão continua em excelente forma (embora esteja a começar a mostrar uma carequinha preocupante) e venceu o Alexandre Belsley no 1º tabuleiro em grande estilo. Começou logo por ganhar uma peça ao 8º lance, mas o momento mais enigmático do jogo aconteceu nesta posição.


Eu estava ao lado do tabuleiro, e com uma peça a mais, a minha reacção seria jogar com segurança, com qualquer coisa como 19.Cge4, visando trocar mais peças. Mas o Vítor pensou, pensou, pensou… É interessante ver como jogadores com força de jogo (algo) semelhante pensam de forma tão diversa, porque o que se seguiu foi 19.Cd5!?, lance que nunca sequer me passaria pela cabeça, porque iniciar complicações tácticas numa posição tão vantajosa definitivamente não é o meu estilo. Objectivamente, os lances devem ter mais ou menos o mesmo valor, mas o efeito pretendido pelo Vítor foi alcançado, porque o jogo não teve muito mais história, e entramos a ganhar.

O segundo jogo a terminar foi o do 4º tabuleiro. O Rui Abreu estreou-se no campeonato, e com uma vitória, mas a partida foi muito incaracterística. Quase parecia que nenhum dos dois queria ganhar… Não querendo ser muito duro com os dois jogadores, há lances que numa partida de lentas, com muito tempo no relógio, são difíceis de compreender. Estes jogos têm menos a ver com os conhecimentos de xadrez do que com uma atitude competitiva adequada à ocasião. Não vale a pena estar a rever todas as asneiras que foram cometidas, mas fiquem com esta sequência que foi quase cómica (e que poderia ser trágica se tivéssemos perdido este jogo).

As brancas têm uma torre por 3 peões, e o jogo nas mãos, mas pretas oferecem mais um bispo (!!!) com 47…h5+; as brancas não aceitam a oferta, mas presenteiam a torre de c7 com 48.Rg3, permitindo 48…Bf4+.

No meu jogo, estive em vantagem quase a seguir a abertura e controlei até final. A minha maior dificuldade foi gerir o relógio, porque o meu adversário jogou a uma velocidade inacreditável. Basta dizer que terminou o jogo com mais de 80 minutos no relógio! Fazendo as contas aos lances, gastou pouco mais de meia hora do seu tempo de reflexão, enquanto eu utilizei mais de duas horas.

A parte mais interessante, para mim, foi o início do meio-jogo, mais concretamente nesta posição.

O maior problema das pretas é o peão de c5, que pode vir a ser difícil de defender. Para criar este peão dobrado, as brancas deram o par de bispos, e os planos gerais para os dois lados devem passar por atacar o peão (brancas) e defendê-lo, ou, se possível, avançá-lo (pretas). Com isto em mente, planeei uma sequência que envolvesse Df2, b3 (para travar o avanço do peão), Ca4 e Ba3. Com alguma colaboração das pretas, consegui fazer estes lances todos, e o Bruno cometeu de seguida um erro táctico e o peão foi mesmo à vida, e consigo também arrastou o seu outro colega da coluna c. Com dois peões a mais, não foi difícil consolidar o jogo. E assim fez-se o 3-0 que nos garantiu a vitória no encontro.

Provavelmente o ponto com que mais contávamos era o do 2º tabuleiro, porque o Carlos tem estado bem e neste campeonato em particular é o nosso jogador mais regular. O Carlos acabou por fazer um mau jogo, abaixo do seu nível. Foi mesmo um dia mau para ele e por sorte acabou por não ter grande influência no resultado final.

Por esta altura, já o Carlos tinha passado um mau bocado, porque o Tiago Fernandes poderia ter ficado com um peão (passado) a mais, mas preferiu trocar duas peças por uma torre. O bispo de e7 está a ser atacado, mas depois de 21…Bxf3 as pretas não o podem tomar, porque 22.dxe7 Dg4! e o mate só pode ser evitado se as brancas derem a dama. As pretas jogaram 21…Dg4, mas 22.h3 ganha o bispo.

Resultado:

GDR Os Amigos de Urgezes 3 x 1 Amiguinhos do Museu Alberto Sampaio III
Tabuleiro 1 – Vítor Costa 1 x 0 Alexandre Belsley
Tabuleiro 2 – Carlos Machado 0 x 1 Tiago Fernandes
Tabuleiro 3 – Alexandre Mano 1 x 0 Bruno Ribeiro
Tabuleiro 4 – Rui Abreu 1 x 0 Pedro Mendes

Resta endereçar os parabéns aos nossos adversários!


4 comentários:

Tiago Fernandes disse...

Um bom jogo, pena termos perdido. Gostava de deixar aqui uma palavra sobre a excelente organização dos amigos de urgeses que se nota nos pormenores. Parabéns aos vencedores e boa sorte para o restante jogo.

Tiago Fernandes

Professor Mário Oliveira disse...

Parabéns!

Espero que esta onda de vitórias se prolongue até à última jornada! ;)

Miquinhas disse...

Por acaso era porreiro fazer uma gracinha na última jornada. Mas será muito complicado!

Joaquim Machado disse...

Ao Alexandre Mano
parabéns aos nossos jogadores pela vitória (nunca fácil) alcançada, aos nossos (ex)adversários, boa sorte no resto da competição. Nós iremos como habitualmente dar o nosso melhor, esperemos que a sorte que tanto nos tem abandonado, esteja agora presente.

Ao Prof. Mário Oliveira.
Agradecemos sempre um qualquer tipo de incentivo, até porque começamos a estar um bocadinhos cansados de escolher sempre entre pão com planta e pão com manteiga.
Em Mirandela teremos de certeza uma alheira no prato.
Uns enchidos dos Moutados, vinham mesmo a calhar.
Cumprimentos
Joaquim Machado