domingo, 30 de setembro de 2012

CONCLUSÕES DO 1º CONGRESSO DE XADREZ PEDAGÓGICO DOS PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA

 

Participei neste Congresso e não dei por perdido o meu tempo.

Tratou-se de uma iniciativa de grande relevo para a educação dos nossos jovens e de grande importância para a própria modalidade. Felicito os organizadores  e patrocinadores pela realização deste Congresso.

Houve um painel de ilustres convidados, na sua maioria professores universitários, com larga experiência de vida dedicada ao xadrez. Do meu ponto de vista, faltou a presença do prof. José Cavadas, pioneiro no nosso país na ligação do xadrez ao desporto escolar, que teria, certamente, enriquecido o debate pois possui muitas experiências que poderia ter partilhado, mas não foi convidado.  

Os temas abordados foram diversificados e ricos nos conteúdos como certamente se aperceberam pelas  ‘postagens’ que foram colocadas neste Blog.

O auditório tinha as melhores condições para este tipo de iniciativa e à medida que o Congresso foi avançando a assistência tornou-se mais numerosa e participativa.

XADREZ NO ENSINO. SIM OU NÃO?

Não faltou vivo debate e discussão, no bom sentido. Inclusivamente intervieram dois simpáticos e autodenominados ‘advogados do diabo’ que com as suas intervenções questionaram se não era melhor deixar o xadrez em paz. Ou seja, encarar o xadrez como um jogo, lúdico e que dá prazer em vez de o transformar numa disciplina curricular.

Não há nenhuma outra área do mundo onde se desperdice tanta massa cinzenta como no xadrez para no fim ser, apenas e só, mais um jogo.

Afinal, diziam eles, o xadrez também tem um lado sombrio pois é, acima de tudo, uma luta.  Esta tese foi defendida por Emanuel Lasker que foi vice-campeão mundial.

Na história do xadrez, ao mais alto nível, há casos em que podemos considerar ter havido autênticos ‘assassinatos psicológicos’. Kasparov, por exemplo, ‘assassinou’ Salov.

No mundo do xadrez  existem vários aspectos negativos e alguns de profundo fanatismo.

Por exemplo, nalguns países, por questões religiosas, cortam as cruzes dos reis. Ninguém no mundo reagiu a isto nem a própria FIDE que tem um papel de cumplicidade. Só falta mandar pôr uma Burka nas Damas.

Por vezes, o xadrez imita a vida no pior. As culturas seguem caminhos diferentes mas não temos que aceitar as diferenças de cultura quando estas seguem no seu pior caminho. Não se pode ser tolerante perante a intolerância.

Segundo Nietsche: “A  evolução científica matará o religioso e o homem terá de ocupar o lugar de Deus.”

 

                                                    0=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=0

 

O Xadrez é positivo e tem um papel importante na transversalidade do ensino.

Esta foi a principal conclusão extraída deste 1º congresso de Xadrez Pedagógico realizado no nosso país. 

Na pior das hipóteses, não há dúvidas de que o Xadrez tem um efeito “Aspirina” :

Se não fizer bem mal também não faz.

O Xadrez como jogo/ciência dá um enorme contributo para a formação integral dos nossos jovens pois para além de desenvolver as capacidades cognitivas, desenvolve o pensamento crítico e fornece uma série de valores éticos e de conduta que proporcionam capacidade de pensar e agir de forma autónoma.

Toda a responsabilidade sobre o resultado de uma partida de Xadrez recai nos seus protagonistas, só eles são responsáveis pela forma como decorreu o jogo. Não é possível queixar-se de má sorte, de arbitragens desfavoráveis, de condições atmosféricas adversas nem de outros factores externos que possam desculpar uma derrota. O jogador é o único responsável, embora isto seja duro de admitir também é muito educativo.

Outra das conclusões tiradas é a de que o ensino do xadrez nas escolas deverá começar pela formação dos próprios professores.

                                               0=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=0

O Mestre Internacional, António Fróis, encerrou este Congresso frisando que no xadrez tudo tem de ser feito seriamente a começar pela estrutura federativa. É importante dar uma ideia de credibilidade em tudo o que se faz. Deve-se falar positivamente sobre o xadrez para dar uma imagem de força. Deve-se procurar promover a imagem do xadrez junto da comunicação social e de um modo especial junto da Televisão.

Sugeriu que no ensino do xadrez se possam misturar outros tipos de jogo. O importante é promover o cálculo e desenvolver o pensamento.

 

                                            0=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=o=0

 

Finalizo este trabalho com uma homenagem ao Prof. José Cavadas pelo que, com a sua devida vénia, passo a citar um dos seus sábios pensamentos:

- “Caros amigos não fabriquem só Campeões porque isso dá-vos prazer e ‘status’. Ajudem os jovens de hoje a serem os homens de amanhã pois o Xadrez é como a Vida. O Xadrez é uma ferramenta pedagógica incrível se for bem utilizado”.


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (IX)

O XADREZ TAMBÉM TEM UMA FUNÇÃO SOCIAL

O Xadrez é um jogo de inclusão

Um dos relatos mais marcantes deste Congresso foi a história do menino cigano que era excluído pelos outros meninos da escola por questões sociais.

Porém o jovem ciganito tinha um enorme talento para o xadrez e acabou por ser aceite pelos outros alunos que lhe reconheciam valor pela sua força de jogo. Houve uma aproximação, primeiro tímida e algo reservada, depois mais aberta e natural . Afinal o talento e a inteligência nada tinham a ver com as condições sociais.

Um dos aspectos positivos do xadrez é a sua linguagem universal.

É uma modalidade onde não existem segregações devido à raça, ou à diferença de religião, sexo ou condição social.  É  dos jogos mais antigos da humanidade e é praticado em todo o mundo. Atualmente existem 605 milhões de praticantes!

Para além do aspecto competitivo, o xadrez tem um papel de relevo na educação dos nossos jovens como temos vindo a demonstrar mas pode ter também outras funções sociais como sejam as atividades lúdicas junto dos lares de terceira  idade e nas prisões ou, inclusivamente, funções terapêuticas.

Em Espanha, por exemplo, as entidades oficiais apoiam este tipo de projetos e há casos concretos de reclusos que se reabilitaram para a sociedade. 

Um jornalista espanhol, provavelmente o maior especialista em temáticas desta modalidade, relatou uma história de um recluso que em Espanha, aos 40 anos de idade, terá sido preso por uso ilegal de drogas. Na prisão começou a preencher parte do seu tempo praticando xadrez cujos movimentos terá aprendido aos 6 anos. Depois dentro da própria prisão ensinou outros reclusos a jogar. Mais tarde e devido ao seu bom comportamento foi autorizado a dar aulas de xadrez e conclui dizendo:

- “Ainda que eventualmente o xadrez possa ser considerado viciante será sempre uma droga benigna”.

Uma das razões válidas, se não houvesse outras, para se ensinar Xadrez nas prisões é que nos ensina a pensar antes de cometermos os nossos actos.

 

O XADREZ PODE TER UMA FUNÇÃO TERAPEUTICA

Poderá até dizer-se que o xadrez também tem um lado terapêutico muito importante.

Existem depoimentos de professores de xadrez que têm trabalhado com deficientes de diferentes patologias (Trissomia 21, Asperger, etc.) e verificaram que se produzem alguns efeitos positivos devido à prática do xadrez.

Mas há uma conclusão a tirar nestes casos: é preferível dar formação escaquística aos técnicos dessas áreas e serem eles  depois a trabalhar diretamente com os seus pacientes.

Segundo estudos científicos, o xadrez é o ginásio da mente (retarda o envelhecimento cerebral). Dada a enorme quantidade de dinheiro que os Governos devem investir no cuidado das pessoas da terceira idade (não esquecer que a esperança de vida não para de crescer em quase todo o mudo desenvolvido), esse argumento deveria ser muito útil para promover o xadrez, caso saibamos promove-lo bem.

O Xadrez é um desporto apropriado para muitas crianças e adultos com desordens de natureza neurológica.

As pesquisas científicas sobre este assunto são escassas mesmo a nível internacional. A experiência demonstra que o xadrez estimula o desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

Definitivamente chegou-se à conclusão que o xadrez é um desporto apropriado para autistas. As regras do jogo são claras e terão de ser explicadas de forma clara. Por outro lado, não há contacto físico, é divertido e sossegado. Os Autistas são quase sempre perfeccionistas quando jogam xadrez. Começam por aceitar primeiro o seu professor e depois os seus oponentes.

Nos próximos dias, colocaremos uma última ‘postagem’ em jeito de conclusão deste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Parabéns João Fonseca Rodrigues

 

João Rodrigues

Hoje faz anos o João Rodrigues,

o homem das “placagens”, que de vez em quando deixa os relvados e se senta na mesa de xadrez. E joga e fá-lo com prazer, independentemente do resultado. Ao contrário do rugby, onde ninguém passa por ele, no xadrez o João não é (ainda) tão implacável e vai deixando passar um ou outro lance.

Aparece mais vezes João, que gostamos de te ver por cá, e diverte-te, só assim faz sentido, e evolui que também só assim faz sentido, aprender e ser sempre um pouco melhor…

Parabéns João é o que te desejam todos os teus colegas da secção de xadrez do GDR os Amigos de Urgezes. Sê feliz, sempre na companhia de todos os que te rodeiam.

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (VIII)

Carlos Pereira dos Santos, professor de Matemática e Mestre Internacional de Xadrez, pegou na ideia da transversalidade que é uma das virtudes do xadrez e mostrou que este pode ser usado como uma ferramenta pedagógica pois desenvolve a imaginação e propicia a criatividade.

                                                Observe-se a posição do seguinte diagrama:

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À primeira vista, parece impossível ou muito difícil para as brancas ganharem este final. O rei negro manter-se-á obstinado em não sair das casas h8 e g8. Mesmo que o rei branco se aproxime do seu peão não parece ser fácil ganhar. Porém, se o jogador for criativo (e isso é uma das possibilidades que o xadrez oferece) pode dar largas a sua imaginação e idealizar, por exemplo, um possível sacrifício de cavalo em f6 ou em h6 para desobstruir o caminho do seu peão e depois tentar alcançar a casa de promoção. A isto chama-se criar uma estratégia, ou seja, um plano de jogo.

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A estratégia está criada. As brancas manobraram o Cavalo  para f8 e depois para d7 preparando o sacrifício com Cf6 mas existe ainda um obstáculo: saber o momento exacto em que se deve fazer o sacrifício do cavalo. Será quando o rei negro estiver em g8? ou quando estiver em h8! Esta simples ‘nuance’ pode fazer abortar ou não o plano criado.


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Necessariamente terá de ser quando o rei negro se encontrar na casa h8! O Rei negro fica imobilizado e o peão negro será forçado a capturar o Cavalo. Não existe outra opção! (Zugzwang)


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O peão branco ficou com o caminho desobstruído rumo à casa de promoção. O rei negro espartilhado no canto do tabuleiro aguarda, agonizado, pela certidão de morte.
Portanto a estratégia é mesmo isto: Saber o que fazer quando não há nada para fazer.
Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (VII)

A Dra. Maria das Dores Picão Ferreira desenvolveu a temática: '”O Jogo de Xadrez e a Identificação de Padrões

Apresentou o contexto e os resultados de um estudo com crianças do 3.º ao 6.º ano do ensino básico sobre a relação entre o xadrez e a resolução de problemas envolvendo padrões numéricos e geométricos. Como resultado principal do estudo verificou-se a existência de uma relação entre a força de jogo e a capacidade de resolver problemas com padrões.

Os autores disponibilizaram na internet este trabalho que pode ser consultado acedendo a: http://ludicum.org/MR/textos/ArtigoSPM.pdf

Respigamos os seguintes excertos:

- Investigações sobre o efeito do jogo de xadrez em crianças, revelam que os jogadores de xadrez desenvolvem maior pensamento crítico, autoconfiança, auto-estima, concentração, empatia (Stefurak, 2003) e a capacidade de resolver problemas (Dauvergne, 2000).

Existe uma relação entre a matemática e jogar xadrez. Os bons jogadores de xadrez são provavelmente bons em matemática ou em qualquer situação que envolva a resolução de problemas. No entanto, bons alunos de matemática não são necessariamente bons jogadores de xadrez (Graham, s.d.). Um estudo feito no Canadá refere que, utilizando o xadrez no ensino da lógica aumenta-se de 62% para 81% a capacidade de resolução de problemas (Liptrap, 1998).
Um outro estudo na Califórnia revela que a performance académica melhora sensivelmente após vinte dias de jogo de xadrez (Brenda, 2003).


Fergunson foca um estudo feito na Venezuela que relaciona a melhoria dos scores de QI após 4,5 meses de estudo sistemático de xadrez. O resultado deste estudo levou a que o governo venezuelano implementasse aulas de xadrez nas escolas, desde 1988/89 (Dauvergne, 2000).


Levanta-se uma questão: O xadrez torna as crianças inteligentes ou são as crianças inteligentes que jogam xadrez? (Brenda, 2003).


Um estudo feito por Murray Thompsom (2003), revela não haver um efeito significativo entre jogar xadrez de competição e melhor performance académica, referindo que os melhores alunos tendem a ter melhores níveis de QI. No entanto, refere a possibilidade de jogar xadrez ter contribuído para o QI dos estudantes, sendo o benefício de jogar xadrez absorvido pela variável QI. Este autor afirma, ainda, que jogar xadrez de competição exige uma grande capacidade de concentração, a capacidade de pensamento lógico e a capacidade de imaginar possíveis posições das peças, ajudando a desenvolver capacidades visuais e espaciais. Ora, a teoria da aprendizagem da geometria proposta por van Hiele refere cinco níveis de compreensão, sendo o primeiro, o nível da visualização, onde as crianças compreendem as figuras pela sua aparência.


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O puzzle de xadrez mais antigo que se conhece data de 1512 e é conhecido por “Problema de Guarini”. Este problema consiste em trocar os cavalos brancos de lugar com os cavalos pretos, partindo das posições presentes no diagrama ao lado.


puzzle de Guarini
Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (VI)

Pedro Palhares, professor de Matemática na Universidade do Minho, e também bom xadrezista, fez questão de enfatizar a ligação do xadrez ao ensino da matemática.

Começou por dizer que um simples tabuleiro de xadrez pode estabelecer relações com a Matemática.

Por exemplo, quantos quadrados se podem considerar num tabuleiro de xadrez?

Serão apenas os 64 quadrados visíveis do tabuleiro?

Serão 65 porque o próprio tabuleiro é também um quadrado?

Ou serão muitos mais pois existem outros ocultos que não são visíveis à primeira vista como sejam grupos de quadrados de 2 por 2 ou de 3 x 3 e assim sucessivamente?

Tab.2

Podem-se fazer múltiplos exercícios estabelecendo relações com a matemática.

Por exemplo:

Quantos caminhos tem a torre de a8 para chegar a h8?    

                                                                                                                 image

Quantos lances terminam em mate quando a soma dos conjuntos dos seus movimentos é a menor possível?

É incrível a quantidade de combinações que se podem fazer no xadrez (10 ^123) !

A aposta continuada no xadrez parece ir no bom sentido pois o xadrez desenvolve competências que nos ajudam a adaptar à vida real.

 

O jogo de xadrez tem 1 objectivo que é ganhar, tal como na vida competitiva do dia a dia. Agora o que importa é ensinar a aceitar a derrota e a saber ganhar.

É errado dizer que no jogo de xadrez é indiferente ganhar ou perder. Errado porque o objectivo do jogo é dar xeque-mate, o que significa ganhar. O “Laisser faire, Laisser passer, não tem aqui lugar. É anti-pedagógico dizer isso.

Uma das formas para desenvolver a visão espacial poderá ser trabalhar com o aluno de costas viradas para o tabuleiro.

O professor pode colocar, por exemplo, uma Tore na casa h3 e pedir ao aluno para regressar com essa peça ao mesmo ponto de partida podendo a Torre avançar na coluna H mas sem poder recuar nessa mesma coluna. A medida que for jogando a Torre o professor vai colocando um peão em casa lateral à Torre para dificultar o trajecto de retorno da Torre. Por ex., jogando Th4 pode colocar um peão em f4. Jogando Th5 colocar um peão em f5, etc. Ao fim de vários lances perguntar ao aluno em que casas estão colocados os peões?

Se o aluno responder correctamente isso significa que desenvolveu a sua capacidade de visão espacial.

Como fica aqui demonstrado existe uma transversalidade do xadrez no ensino, tanto nos diferentes escalões etários como nas diferentes disciplinas e de um modo particular à Matemática.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Campeonatos Distritais de Rápidas

Fizemo-nos representar com duas equipas na parte da manhã e seis jogadores à tarde. Mais uma vez os torneios decorreram na Didáxis, com a arbitragem de Carlos Dias, numa prova dirigida por Mário Oliveira.
A obrigatoriedade do emparceiramento das equipas na 1ª ronda permitiu pelo menos que se tirassem umas fotografias antes do início dos relógios.

Equipados a rigor e prontos para a batalha.
Neste primeiro embate a equipa dos "menos jovens" levou a melhor por 3-1. Os resultados seguintes trouxeram classificações dentro do esperado. A equipa A (Fernando Silva, Artur Lemos, Alexandre Mano e José Miguel Cunha) ficou em 4º lugar, com 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. A equipa B (João Carlos Costa, Bruno Ribeiro, Carlos Machado e Rui Rasteiro) em 7º, com 3 vitórias, 1 empate e três derrotas. É impossível, no entanto, deixar de destacar a espetacular performance de um jovem que está a despontar no nosso clube. Ainda vai dar que falar... Atentem:


No campeonato individual, os nossos jogadores cumpriram com as expectativas. Destaca-se o excelente 4º lugar de Fernando Silva, em igualdade pontual com o 2º. As classificações por jogador foram:

Fernando Silva - 4º lugar - 6 pontos em 8 jogos;
Rui Rasteiro - 13º lugar - 5 pontos;
João Carlos Costa - 15º lugar - 4,5 pontos;
Bruno Ribeiro - 16º lugar - 4,5 pontos;
Artur Lemos - 20º lugar - 4 pontos;
Beatriz Rasteiro - 37ª lugar - 3 pontos.

De parabéns estão a equipa B do CX Escola EB 2,3 João de Meira (Alexandre Belsley, Ana Meireles, David Melo e Mariana Silva), que de forma surpreendente conquistou o título por equipas; e Luís Silva, que juntou aos títulos de clássicas e semi-rápidas mais um troféu, com uma performance 100% vitoriosa durante todo o dia (15 jogos - 15 vitórias!).

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (V)

 

IPH

José Vicente (IPH) – referiu que o Instituto Pedro Hispano criou uma Academia de Xadrez dirigida para os alunos do 5º até ao 12º ano envolvendo cerca de 220 alunos. O facto de ser uma ERD – Escola de Referência Desportiva obriga a que estenda a sua acção ao exterior.

Aproveitou também para fazer referência a um conjunto de escolas ‘ERD’ existentes no nosso país enaltecendo o grande trabalho desenvolvido nestas escolas em prol da modalidade.

Destacou que o IPH para além da vertente do desporto escolar tem também uma estrutura federada. José Vicente sublinhou que as regras éticas são fundamentais na formação do carácter e personalidade dos jovens jogadores considerando que os menores são superiores aos adultos nos valores éticos.

Num clima de solidariedade e num tempo em que nada se dá, para que o xadrez tenha credibilidade é necessário que as pessoas não se fechem num casulo mas que se abram mais e partilhem experiências. Os jogadores crescem com as mais valias dos outros do mesmo modo que os outros crescem com as nossas mais valias.

Não podemos mudar a sociedade. Mudamos os indivíduos e depois estes mudam a sociedade.

É importante ensinar os jogadores a festejar com respeito.

- “Não os quero aos saltos quando ganham nem a chorar quando perdem”.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

domingo, 16 de setembro de 2012

Parabéns AF Eduardo Viana

 

Eduardo Viana

Hoje faz anos o Eduardo Viana, um jovem que apesar de jogar no escalão de veteranos se apresenta no xadrez e na vida com uma dinâmica e alegria semelhantes a um qualquer atleta dos escalões mais novos.

O Eduardo Viana é mesmo assim, não desiste, não se cansa e procura sempre algo mais, para ele e para os outros.

Já devem ter reparado que o Eduardo Viana, além de jogar se tornou um dos maiores dinamizadores deste blog, local que usa para transmitir aos outros toda a experiencia que tem acumulada no mundo do xadrez. Na arbitragem é conhecido e reconhecido um pouco por todo o pais e mais além. Recentemente foi-lhe atribuído o titulo de árbitro FIDE (AF), no 83º congresso da FIDE, uma honra para este modesto clube e para a todos os árbitros e atletas que com ele lidam diariamente.

Parabéns Eduardo Viana, muitas felicidades e muitos anos de vida… é o que lhe desejam todos os atletas da secção de xadrez do GDR os Amigos de Urgezes.

Felicidades

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (IV)


Efanor

Tal como as disciplinas nobres, o xadrez no colégio Efanor, é de frequência obrigatória. Faz parte do currículo do colégio e previsto no seu projeto educativo. A disciplina tem um currículo, tem avaliações periódicas, as faltas dos alunos contam para a taxa de absentismo e são sujeitos a avaliação formal no final de cada período.

Desde a educação pré-escolar, com entrada aos 3 anos, até ao 2º CEB, o ensino do xadrez é transversal.

A população de 360 alunos já vê no xadrez uma mais valia, que lhe é oferecida pelo colégio.


tábua dos 100

A tábua dos 100 assemelha-se a uma tabuada e ensina o aluno a reconhecer padrões principais como sejam a unidade e as dezenas. Pode-se brincar com esta tábua imaginando por ex. que se coloca uma Torre na casa 44 e perguntar ao aluno por que casas passa no seu movimento horizontal? E no seu movimento vertical?

E se substituir por um Bispo? Quais as casas que essa peça controla na diagonal?

E complicando um pouco mais substituindo por um Cavalo? Que casas pode controlar o Cavalo se estiver colocado na casa 44?

Isto desenvolve aquilo a que se designa por memória visual. Segundo João Cálix o conhecimento não é estanque. As coisas estão todas interligadas. É difícil definir o que é inteligência. O que há são competências e estas trabalham-se.

Por exemplo em vez de se dizer que C. Ronaldo é inteligente é mais correcto dizer que é competente na sua área específica. Para desenvolver e refinar a sua técnica C. R. dedicou e continua a dedicar muitas horas de treino. Do mesmo modo no xadrez não basta um jovem ser talentoso. Se quiser evoluir e chegar a Mestre terá de estudar muito e competir com frequência para desenvolver as suas competências.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (III)

 



xeque_mate_cartaz_2006

Manuel Pintor (presidente da AXP) foi um dos convidados para este congresso e começou por falar do projecto Xeque-mate que se iniciou em 2004. Tratou-se de um plano a nível municipal (pelouro da educação), em parceria com a AXP – Associação de Xadrez do Porto e que envolveu muitas escolas e contou com o apoio financeiro da CM Porto e o apoio técnico da AXP. Atingiu o seu ponto alto no 2º ano do projecto envolvendo cerca de 3000 jovens a praticar xadrez no pavilhão Rosa Mota.  

jogo_na_sala_01


O desenvolvimento do xadrez no âmbito do desporto escolar ficou de certo modo coartado pelo facto de ter de ser obrigatoriamente dirigido apenas por professores de educação física retirando a possibilidade de ser implementado por técnicos especializados da modalidade. Um dos problemas do nosso xadrez reside nas relações públicas e no marketing. Há muita dificuldade em vender a imagem desta modalidade. Era importantíssimo que isso acontecesse para podermos obter mais patrocínios e praticantes. Ao contrário de outras modalidades desportivas que facilmente podem fazer com que os patrocinadores vendam milhares de sapatilhas e de equipamentos diversos. No xadrez o que é que se pode vender? Alguns bonés?! Tabuleiros? Que duram uma eternidade! Não existindo uma dinâmica junto das marcas não existirá qualquer potencial apoio financeiro.

Manuel Pintor concluiu referindo que:

O Xadrez é visto com nobreza pela sociedade mas não é acarinhado pela sociedade’.

Os pais dão com maior facilidade 20/30 Euros para os filhos praticarem qualquer outra modalidade desportiva do que dão 2 ou 3 euros para jogar xadrez.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (II)

Escola 31 Janeiro Vítor Guerra (MN) e professor de xadrez na Escola 31 de Janeiro, da Parede, desenvolve, há vários anos, um interessante projecto de ensino de xadrez com carácter curricular que no último ano lectivo envolveu cerca de 450 alunos.

As aulas são ministradas tal como em qualquer outra disciplina, havendo horários, marcação de faltas, fichas de exercícios, testes e vários tipos de avaliação.

ÁREAS EM QUE SE NOTAM MELHORIAS COM A PRÁTICA DO XADREZ:

Concentração; Memória; Capacidade de leitura, Pensamento lógico-formal, Interacção Social; Respeito pelas Regras e pelo árbitro, Cálculo matemático.

O professor deve usar uma linguagem específica para trabalhar com os escalões etários mais baixos.

Segundo Victor Guerra para se trabalhar com os escalões etários mais baixos é necessário utilizar uma linguagem específica recorrendo com frequência a simbologias.  Se dissermos, por exemplo,  a um miúdo de 5 anos se prefere 1 moeda de 2 euros ou 3 moedas de 0,50 ele opta pelas 3 moedas de cinquenta cêntimos porque não tem noção do valor. Associa o valor à quantidade quando de facto deverá ser primeiro pela qualidade e depois pela quantidade. Mas não é fácil explicar isto a crianças de 5 ou seis anos. O mesmo acontece quando se pretende explicar o valor das peças no jogo de xadrez. Por exemplo, se se quiser ‘negociar’ a troca de um Rei pelas peças todas elas não hesitam e optam pela 2ª opção.

Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

domingo, 9 de setembro de 2012

1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa

Congresso de XadrezEste Congresso foi realizado na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, entre os dia 7 e 8 de Setembro de 2012, e contou com os apoios da Federação Portuguesa de Xadrez, do Instituto Português do Desporto Jovem e da Associação de Xadrez do Porto.
A temática fundamental do Congresso foi “O Papel do Xadrez na Educação”.
Foram oradores João Cálix, Vice-Presidente da FPX, que serviu também de moderador, António Fróis, prof. e M.I. de Xadrez, Carlos Carneiro, prof. e M.N. de Xadrez, Vitor Guerra, da Escola 31 de Janeiro, Manuel Pintor, presidente da AXP,  José Vicente, professor de Filosofia do I.Pedro Hispano, Rui Pereira, do Colégio ‘Os Gambozinos’, Maria das Dores Picão Ferreira e Pedro Palhares da Univ. do Minho,   Carlos Pereira dos Santos, prof. de Matemática e Mestre Internacional de Xadrez.
João Cálix salientou que um dos objectivos era a partilha de conhecimentos e de experiências, por forma a promover reflexões e interacções entre todos os que praticam o Xadrez e aqueles que dele tiram proveito.
A. FROIS destacou a importância dos Clubes e das Associações no desenvolvimento do xadrez nacional.
Referiu também que dar responsabilidades aos miúdos para orientarem, por exemplo, uma secção é uma forma de educar.
Carlos Carneiro disse que havia 3 formas de ver o xadrez:
1. Como Actividade Lúdica; 2. Como Ferramenta de desenvolvimento e manutenção das capacidades cognitivas; 3. Como Xadrez de competição (a doer)
Referiu que as crianças aprendem a jogar xadrez com uma velocidade estonteante e, por vezes, não necessitam de professores devendo estes deixar o protagonismo às crianças.
Considerou que um dos problemas é iniciar o xadrez no desporto escolar mas depois não encontrar continuidade pois faltam os clubes e o associativismo.
Terminou com uma citação de Victor Hugo:

“ A ÁGUA QUE NÃO CORRE, FORMA UM PANTANO. A MENTE QUE NÃO TRABALHA, FORMA UM TOLO”.
Nos próximos dias deixaremos neste Blog outras ideias e reflexões debatidas neste Congresso.

sábado, 1 de setembro de 2012

Parabéns Carlos Machado

 

03032012212

Hoje faz anos o Carlos Machado. Um jovem que se fez homem e entra hoje no mundo dos adultos.

Já por aqui anda à alguns anos, embora ultimamente tenha dado prioridade ao basket, mas de vez em quando vamos o vendo a mexer as peças nos tabuleiros.

Parabéns Carlos, muitas felicidades… muitos anos de vida… com saúde e alegria é o que todos por aqui te desejamos. Que atinjas as metas a que te propões nesta nova fase da tua vida.

 

felicidades