sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ecos do 1º Congresso de Xadrez Pedagógico dos Países de Língua Oficial Portuguesa (VII)

A Dra. Maria das Dores Picão Ferreira desenvolveu a temática: '”O Jogo de Xadrez e a Identificação de Padrões

Apresentou o contexto e os resultados de um estudo com crianças do 3.º ao 6.º ano do ensino básico sobre a relação entre o xadrez e a resolução de problemas envolvendo padrões numéricos e geométricos. Como resultado principal do estudo verificou-se a existência de uma relação entre a força de jogo e a capacidade de resolver problemas com padrões.

Os autores disponibilizaram na internet este trabalho que pode ser consultado acedendo a: http://ludicum.org/MR/textos/ArtigoSPM.pdf

Respigamos os seguintes excertos:

- Investigações sobre o efeito do jogo de xadrez em crianças, revelam que os jogadores de xadrez desenvolvem maior pensamento crítico, autoconfiança, auto-estima, concentração, empatia (Stefurak, 2003) e a capacidade de resolver problemas (Dauvergne, 2000).

Existe uma relação entre a matemática e jogar xadrez. Os bons jogadores de xadrez são provavelmente bons em matemática ou em qualquer situação que envolva a resolução de problemas. No entanto, bons alunos de matemática não são necessariamente bons jogadores de xadrez (Graham, s.d.). Um estudo feito no Canadá refere que, utilizando o xadrez no ensino da lógica aumenta-se de 62% para 81% a capacidade de resolução de problemas (Liptrap, 1998).
Um outro estudo na Califórnia revela que a performance académica melhora sensivelmente após vinte dias de jogo de xadrez (Brenda, 2003).


Fergunson foca um estudo feito na Venezuela que relaciona a melhoria dos scores de QI após 4,5 meses de estudo sistemático de xadrez. O resultado deste estudo levou a que o governo venezuelano implementasse aulas de xadrez nas escolas, desde 1988/89 (Dauvergne, 2000).


Levanta-se uma questão: O xadrez torna as crianças inteligentes ou são as crianças inteligentes que jogam xadrez? (Brenda, 2003).


Um estudo feito por Murray Thompsom (2003), revela não haver um efeito significativo entre jogar xadrez de competição e melhor performance académica, referindo que os melhores alunos tendem a ter melhores níveis de QI. No entanto, refere a possibilidade de jogar xadrez ter contribuído para o QI dos estudantes, sendo o benefício de jogar xadrez absorvido pela variável QI. Este autor afirma, ainda, que jogar xadrez de competição exige uma grande capacidade de concentração, a capacidade de pensamento lógico e a capacidade de imaginar possíveis posições das peças, ajudando a desenvolver capacidades visuais e espaciais. Ora, a teoria da aprendizagem da geometria proposta por van Hiele refere cinco níveis de compreensão, sendo o primeiro, o nível da visualização, onde as crianças compreendem as figuras pela sua aparência.


image

O puzzle de xadrez mais antigo que se conhece data de 1512 e é conhecido por “Problema de Guarini”. Este problema consiste em trocar os cavalos brancos de lugar com os cavalos pretos, partindo das posições presentes no diagrama ao lado.


puzzle de Guarini
Continuaremos, nos próximos dias, a revelar neste blog mais algumas experiências e reflexões partilhadas neste 1º Congresso de Xadrez Pedagógico.

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